Gente,
sabemos o quanto é importante termos informações e conhecer cada vez mais sobre
o Autismo.
Além
de auxiliar num diagnóstico precoce, podemos ajudar as famílias desses verdadeiros
anjos, no processo de inclusão da criança!
O
Autismo, assim como todas as outras patologias que tornam uma criança especial,
merece ser tratado com muito respeito e carinho!
Pedimos
para a Neurologista Dra. Danusa Somensi, para contar um pouco sobre o espectro
Autista.
Esperamos
que o assunto acrescente muito na vida de todos vocês!
Beijos!
“Falar desta patologia é
falar de barreiras, pois as famílias que convivem com autista estão em
constante aperfeiçoamento para se quebrar as barreiras desses” serzinhos” tão
especiais.
O autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado pela
tríade de impedimentos graves e crônicos nas áreas de interação social,
comunicação verbal e não verbal e interesses além do desenvolvimento de
comportamentos estereotipados e repetitivos. Estas características já podem ser
observadas bem cedo, antes dos 3 anos de idade, em 0,6% da população e há uma
prevalência maior em meninos.
Descrito primeiramente por Kanner
em 1943, que observou estas características em crianças, entretanto Lorna Wing
em 1988 sugeriu o Transtorno do espectro autista e demonstrou que as
características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo;
assim, em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência
intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos
simples e bem marcados de comportamento e déficit importante na interação
social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de
Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem,
com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão
evidentes.
O diagnóstico:
É realizado através da
observação direta da criança ou do seu comportamento e entrevista com os pais a
respeito de seu comportamento e desenvolvimento. Os sintomas costumam estarem
presentes antes dos três anos de idade, por volta de 18 meses já pode ser feito
o diagnóstico dependendo de cada caso. Não há exames complementares ou
laboratoriais ainda disponíveis para o diagnóstico, ou melhor, para a
confirmação diagnóstica de autismo, os exames de cariótipo, EEG, audiometria,
testes neuropsicológicos e RNM são solicitados apenas com função de se fazer o
diagnóstico diferencial.
O quadro clínico segundo DSM IV
TR (APA, 2002) é:
- Prejuízo da habilidade social: não compartilham
interesses, não desenvolvem empatia e demonstram certa inadequação em abordar e
responder aos interesses, emoções e sentimentos alheios;
- Prejuízo
no uso de comportamentos não verbais como: contato visual direto, expressão
facial, postura corporal e com objetos;
- Dificuldades
na interação social: fracasso em vincular-se a uma pessoa específica, não
diferenciação de indivíduos importantes em sua vida, falta de comportamento de
apego;
- Alterações
na linguagem: atraso na linguagem falada. Nos que desenvolvem a linguagem
adequadamente, dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso estereotipado
e repetitivo de certas palavras ou frases e emprego da terceira pessoa
(inversão pronominal) para falar de suas vontades. Os que aprendem a ler não
apresentam compreensão do que leem;
- Alterações
de comportamento: padrões restritos de interesse, manipulação sem criatividade
dos objetos, ausência de atividade exploratória, preocupação com as partes de
objetos, inabilidade para participar de jogos de imitação social espontâneos,
adesão a rotinas rígidas, presença de maneirismos motores e crises de raiva ou
pânico com mudanças de ambiente; mudanças súbitas de humor, com risos ou choros
imotivados, hipo ou hiper-responsividade aos estímulos sensoriais e
agressividade sem razão aparente. Comportamentos
auto agressivos, como bater a cabeça, morder-se, arranhar-se e arrancar os
cabelos podem ocorrer.
Existe uma versão atualizada para a modificação
destes critérios para o DSM V e são os seguintes:
-
Déficits na comunicação social e na interação social: déficit na comunicação
não verbal e verbal utilizada para a interação social, falta de reciprocidade social,
incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos com seus pares
apropriados ao seu nível de desenvolvimento.
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento:
estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento
sensorial incomum, aderência a rotinas e padrões de comportamentos
ritualizados, interesses restritos.
- Os
sintomas devem estar presentes na primeira infância, mas podem não se
manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades
limitadas.
TRATAMENTO:
O tratamento do autismo envolve ESQUIPE
MULTIDISCIPLINAR com orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou
comunicação e auxílio psicoeducacionais. O recomendado é que esta equipe avalie
e desenvolva um programa de terapia orientado a satisfazer as necessidades
particulares de cada criança. Os profissionais que deverão estar envolvidos
nessas intervenções são: psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais, fisioterapeutas e educadores físicos. Os métodos de intervenção
mais conhecidos e mais utilizados para promover o desenvolvimento da criança
autista e que possuem comprovação científica de eficácia são: TEACCH; PECS;
ABA . São programas baseados em orientação do desenvolvimento da
comunicação através de figuras, disposição do ambiente com o intuito de
promover a independência, o aprendizado, a comunicação verbal e incrementar o
comportamento social.”
Dra. Danusa Somensi
Neurologista
Mestranda da Uepa/ IEC – Dano neural na Hanseníase
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