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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Marca Passo na Gravidez (Por Dr. André Luiz Mendes Martins)

Achamos importante abordar esse tema tão sério, uma vez que está se tornando cada dia mais comum alterações cardíacas durante a gravidez.
Esperamos que vocês aproveitem a informação para enriquecer os conhecimentos e até mesmo ajudar uma grávida à procurar um especialista caso esteja apresentando alterações cardiológicas. O diagnóstico precoce é fundamental para a saúde da mamãe e do bebê!
Beijos!

As doenças cardiovasculares maternas que tem volume sanguíneo e frequência cardíaca baixa ou que o organismo não tem capacidade de elevá-los devem ser tratadas de forma rápida e eficiente, pois podem levar a uma baixa irrigação uteroplacentário e cerebral submetendo a mãe e o feto a riscos. Dentro do arsenal terapêutico cardiológico atual o marca-passo cardíaco é a forma mais eficaz para correção destes distúrbios.
As doenças que determinam baixa frequência cardíaca ou incapacidade de elevá-la têm várias origens: congênitas (bloqueio atrioventricular total congênito ou relacionado à má-formação cardíaca como comunicação intraventricular, transposição de grandes artérias e outras); iatrogênica (pós-ablação por radiofrequência e ou após cirurgias cardíacas); adquirida (doença de Chagas, endocardites, doenças do tecido conjuntivo).
 O marca-passo é um dispositivo alimentado por bateria que libera estímulos elétricos, conduzidos por cabo-eletrodo em contato com o coração. Tem como função, restaurar aos batimentos normais ou próximos do normal no repouso e, ou, no exercício. Mais de 400,000 marca-passos são implantados por ano, no mundo. Nos EUA ha mais de 500 000 pacientes com marca-passo.
 No Brasil, segundo o Departamento de Cardioestimulação Artificial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DECA), no período de 01/01/1995 a 31/12/2002 houve 92,378 implantes de marca-passos, sendo 48,650 em mulheres (DECA 2005). De junho de 2005 a maio de 2006, 12172 marca-passos foram implantados; 64/milhão de habitantes, sendo 63,3% atrioventriculares e 36% ventriculares.
Na gestação, a indicação do implante de marca passo é a mesma que para não gestantes e deve ser feita, preferencialmente, após a oitava semana de gestação. Contudo alguns estudiosos dizem que o implante de marca-passo deve ser considerado quando a bradicardia materna não propiciar um adequado fluxo sanguíneo uteroplacentário que permita um bom desenvolvimento fetal. Mesmo que a paciente não tenha sintoma.
Durante a gestação o implante do marca passo impõe alguns cuidados devido ao risco de expor o feto à radiação ionizante. O que pode levar à má-formação congênita. Por isso, algumas técnicas têm sido desenvolvidas com o intuito de amenizar os riscos de teratogenicidade, induzidas pelo raio X, durante o período de embriogênese.
O implante de marca-passo utilizando ecocardiograma e eletrocardiograma simultâneo. ecocardiograma transesofágico com radioscopia (raio X): Com o abdome da grávida, envolto com avental de chumbo, em toda sua circunferência, rapidamente é realizada a radioscopia (raio X) para visualizar a posição e a curvatura do cabo-eletrodo.
Considerando que a gestação é um estado hiperdinâmico e que durante o trabalho de parto e no parto a mulher é submetida a um esforço importante, fica clara a importância da sincronia atrioventricular e do aumento da frequência cardíaca na gestação.
Frente a todos os fatos expostos acima, o marca passo pode ser um importante aliado para assegurar uma gestação, trabalho de parto e parto adequado e sem complicações materno-fetais.

O marca-passo cardíaco assegura bons resultados gestacional do ponto de vista materno fetal.
  

Dr. André Luiz Mendes Martins
Médico - Cirurgião Cardiovascular do Hospital Sírio Libanês e Beneficência Portuguesa de São Paulo
Membro especialista da SBCCV
Sócio /Diretor da Cardioclínica Paulista
Editor do blog Miocárdio

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